quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Rain bitch.


Hoje acordei e observei as nuvens negras e carregadas de água, que sentido faz obscurecer? Não pode apenas chover sem deixar o céu tão medonho? É tão escroto o jeito como o pingo da chuva cai sobre a superfície, o jeito dramático do rastro que ela deixa no vitrô embaçado e por milhões de pingos de chuva formam aquela correnteza na guia, será que essa correnteza pode levar a minha dor? Assim como ela leva todas as sujeiras poderia me lavar por dentro... Mas até onde a correnteza levará? Onde vai acumular as sujeiras de todo mundo? Todo egoísmo, rancor e ressentimento.
Odiar a chuva... Com qual propósito tive pra chegar a essa conclusão? Sinto-me inútil quando a chuva me cobre e me encharca, quando o observo e traz aquelas meras lembranças, quando vejo o sol ser tapado pela escuridão, quando espero a chuva passar, mas ainda há aquela garoa fina e gelada.
A chuva é a culpa daquele barulho irritante no meu sapato quando ando, é a culpa das preguiças, é a culpa de pneus abandonados estarem com dengues, é a culpa da minha enorme cicatriz no meu joelho, é a culpa de todas as crianças estarem presas dentro de casas ao invés de estarem se divertindo enquanto estão acordados. Embora eu rejeite a chuva, há regiões que esperam por ela...
Relembro-me o quanto tinha medo de chuva, o quanto parecia que algo vai me abduzir com aquela sonora terrorista dos seus pingos.

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