sábado, 25 de dezembro de 2010


Ás vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! é possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo. (Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é natal...


Mal espero e já ouço as melodias, presentes e felicidades... Todas as vezes que penso em natal vem uma felicidade contagiante em mim, pois me lembro em família reunida, elfos e aquele velho pançudo do querido papai-noel! Desde criança nunca fui uma admiradora do papai-noel, nunca escrevi uma carta pra ele... Talvez porque eu cresci não o acreditando, mas mesmo assim adoro-o e o natal não seria o mesmo sem ele! Cada coisa se encaixa na outra e se faltar algo a magia natalina não é o mesmo, por isso, aconteça o que acontecer não perca a magia do natal, pois é uma vez no ano e do ano que vem ou do ano retrasado não vai ser o mesmo que esse se você mudar, não deixe pro ano que vem... Não sabemos o dia seguinte, então aproveita cada segundo com alegria, amor e diversão, porque isso é a magia do natal!
Sábado fui à paulista, como a decoração está magnífica! Imagina o amor que as pessoas tiveram para decorar tudo aquilo, só para o turista surpreender... Encantador! E aquelas lampadinhas? São como pequeninas estrelas em meus olhos, que traz o sorriso de muitos pequenos e de grandes... É um feitiço tão grande!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um dia qualquer...


Hoje sentei no banco da praça e fiquei refletindo sobre as ações e suas razões. Como tudo é ordenado e fútil, mas ao mesmo tempo tão importante... Como aquele poste, se a calçada não a tivesse como os carros iriam ser sinalizados? E se não houvesse esse metros de distancia entre um ponto de ônibus e o outro? Se os passageiros pudessem descer na hora que quisessem? Se eu não sentisse esses pingos, como iria perceber a presença da chuva? Fico pensando só as razões, mas imaginem se não tivesse o lado emocional... Será que o amor só há quando é considerado? Será que é só sendo objeto, sem coração, sem vida pra levar as coisas como são e não querer mudar?
Considero que já tive muitos motivos pra desistir e também perdi tentando, mas teria forças se eu desistisse? Não faz sentido... Quando persistimos de mais é desgastante, mas quando desistimos é considerado fraco... Então a solução seria nem ao menos se interessar? Mas seria tão inapto... Ou então, saber a hora certa de começar e terminar? E com que lição, motivo ou informação saberei onde é pra isso e pra aquilo? É tão complexo e delicado que se pisar errado você cai pra recomeçar do zero, porém não seria a mesma se tudo o que aconteceu não acontecesse... Agradeço por isso!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Se eu fosse uma árvore?


Tentaria purificar o ar nocivo que está hoje, um dos meus braços iria acolher um ninho e acompanharia a vida inteira dos pequenos... As pessoas precisariam de mim assim como precisa de paz no coração e todas as vezes que me observarem iria acalmá-los até adormecer... Seria uma inerte, só observando as ações de outras pessoas no mesmo chão das minhas raízes, esperaria pelo mundo melhor e que me valorizassem. Porém será que agüentaria ficar só observando? Seria o mesmo que pensar que estou esperando pelo mal, não fugiria, não correria e não teria oportunidade de dar razões pelo qual eu vivo... Seria uma vitima nas mãos do ser humano e mesmo por isso não teria ressentimento, rancor e eu os amaria. Seria a sua sombra, o motivo do seu ar puro, o seu sustento e o mais importante... Sentiriam a minha ausência quando eu não estiver mais a sua disposição e se eu fosse um ser humano teria mais compaixão por elas...
Eu tenho um afeto tão grande pelas árvores, porque elas que fazem a paisagem ser mais intensas, elas que fazem os meus olhos brilharem, elas que fazem o meu olfato aspirar coisas boas para mim e para nós!

Rain bitch.


Hoje acordei e observei as nuvens negras e carregadas de água, que sentido faz obscurecer? Não pode apenas chover sem deixar o céu tão medonho? É tão escroto o jeito como o pingo da chuva cai sobre a superfície, o jeito dramático do rastro que ela deixa no vitrô embaçado e por milhões de pingos de chuva formam aquela correnteza na guia, será que essa correnteza pode levar a minha dor? Assim como ela leva todas as sujeiras poderia me lavar por dentro... Mas até onde a correnteza levará? Onde vai acumular as sujeiras de todo mundo? Todo egoísmo, rancor e ressentimento.
Odiar a chuva... Com qual propósito tive pra chegar a essa conclusão? Sinto-me inútil quando a chuva me cobre e me encharca, quando o observo e traz aquelas meras lembranças, quando vejo o sol ser tapado pela escuridão, quando espero a chuva passar, mas ainda há aquela garoa fina e gelada.
A chuva é a culpa daquele barulho irritante no meu sapato quando ando, é a culpa das preguiças, é a culpa de pneus abandonados estarem com dengues, é a culpa da minha enorme cicatriz no meu joelho, é a culpa de todas as crianças estarem presas dentro de casas ao invés de estarem se divertindo enquanto estão acordados. Embora eu rejeite a chuva, há regiões que esperam por ela...
Relembro-me o quanto tinha medo de chuva, o quanto parecia que algo vai me abduzir com aquela sonora terrorista dos seus pingos.